Divulgação Urucup
A competição de robótica URUCUP foi realizada na Universidade Tecnológica do Uruguai (UTEC) em Rivera
A robótica é a ciência responsável pela tecnologia em máquinas, computadores, softwares e sistemas, com controle mecânico e automático. Um universo promissor cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. E é nesta área que uma equipe de cerca de 20 estudantes da Universidade Federal de Santa Maria têm se dedicado.
A Taura Bots desenvolve trabalhos na área de automação, robôs autônomos e drones. Entre os focos da equipe, está a participação em competições. Em abril deste ano, parte do grupo participou de um torneio na cidade de Rivera, no Uruguai. O professor no Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador da Taura Bots, Anselmo Cukla, explica que o evento teve como objetivo principal a integração entre estudantes de diferentes universidades.
– Essa experiência foi interessante para nós docentes, mais ainda para os alunos e também para a nossa instituição, que foi convidada a participar – comenta o docente.
Para competir, o grupo cria robôs lutadores e jogadores de futebol. Nesse tipo de prova, são lançados desafios às equipes, as quais devem programar os robôs para que cumpram funções como segurar a bola e empurrar o adversário, por exemplo. Os integrantes pertencem, principalmente, aos cursos da área de engenharia. O aluno de Engenharia de Controle e Automação da UFSM Bruno Castro faz parte do projeto desde o primeiro semestre da graduação. Para ele, as experiências o ajudam a agregar ainda mais conhecimentos na profissão escolhida.
– Já participo da equipe faz quatro anos, a maioria das coisas que a gente trabalha hoje em dia, eu aprendi estando dentro do laboratório. A junção do conhecimento de todos acaba resultando no desenvolvimento de projetos interessantes dentro da robótica – conta o estudante.
Em 2022, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a equipe da UFSM conquistou o pódio no maior torneio de robótica do mundo, a RoboCup, realizada na Tailândia. Os alunos apresentaram a Dóris, um robô que realiza atividades domésticas de forma autônoma. Esse modelo de robô pertence a categoria chamada “humanóides”, cuja a aparência é baseada no corpo humano, permitindo sua interação com ferramentas e ambientes também feitos para uso humano.
– Essa categoria é o que normalmente as pessoas idealizam quando pensam em um robô. São robôs para auxílio doméstico mesmo e que exigem habilidades complexas – explica Bruno.
Dificuldades de investimento
De acordo com o professor, a criação de robôs humanóides é considerada promissora, no entanto, exige altos custos de investimentos. As peças precisam ser importadas e as competições costumam ser internacionais. Hoje, o grupo da UFSM constrói seus robôs principalmente a partir de peças e equipamentos doados.
– A montagem de um robô humanóide demanda cerca de R$ 200 mil. Devido a restrições de recursos, buscamos migrar para categorias menos custosas, mas que ainda assim impliquem em um desafio para os alunos, que exijam conhecimentos da engenharia, da robótica e da área de programação. Mas sem necessidade de utilizar recursos tão elevados – relata o professor.
Ainda neste ano, eles se preparam para pelo menos três eventos. Tanto competitivos, como também de divulgação científica com a publicação de artigos. Um deles é o RoboCore, em São Paulo, maior evento de combates de robôs, em que participarão na categoria de sumô.